terça-feira, 30 de agosto de 2016

Tu vicia...


Sabes? Tu vicia...
Vicia, sim! Viciei em ti...
Mas não és aquele vício pejorativo, que degrada, derruba, degenera... Vício de pó, de remédio...
Tu és aquele vício que me acende, me energiza, me ergue... as vezes, até regenera...
Mais que o hábito de ter, viciei em precisar de você...
Viciei em ver-te, em sentir-te... Viciei em tocar-te...
Viciei em teu cheiro, em teu gosto...
Viciei em teu sorriso fácil, na tua gargalhada alta, no teu olhar focado e cheio de atenção... viciei no teu jeito de andar e de falar...
Viciei na tua timidez envergonhada e na tua falta de vergonha despudorada...
Viciei até naquela calça de moletom larga, que arrasta no chão... e nesses teus pés frios, quase sempre descalços...
Viciei nos teus cuidados, na tua conversa franca, na tua infinitude... e até no teu silêncio, que diz mais que tuas palavras, coesas, diretas, as vezes, ásperas – viciei nelas também...
Viciei em mandar... e em obedecer-te...
Viciei na tua ironia inteligente, nos teus devaneios espontâneos, nos teus sonhos impossíveis, na tua dualidade...
Tu vicia do começo ao fim...
Vício que, pra mim, é uma virtude...

É... Tu vicia mesmo...

30/08/2016

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Esses “QUASES”...


“Viu, querido?
Senta aqui... Vamos conversar... Sério, agora. Papo de verdade!
Hoje, não dá pra ficar na quase conversa...
Porque já tem um tempo que vocês tão nessa de "QUASE", né? Quase se vendo todo dia... quase se jogando de cabeça...
Quase foram pegos, quase tiveram que dar explicações...
Quase se meteram em cada confusão... Na última, você quase se ferrou de verdade... e ela, quase morreu do coração!
Nessas de “quase isso”, “quase aquilo”, vocês quase acreditaram, quase planejaram... Quase amaram, quase esqueceram do resto do mundo, quase aceitaram...
Tá bom, vai... Vocês se entregaram de verdade, se arriscaram de verdade... Beijaram de verdade, piraram de verdade...
Mas os “quase”... Poxa! Foram muitos... e quase todo dia!
De “Quase em quase”... quase que se magoaram também... Foi por pouco, hein?! (Quase, de novo!)
Mas sabe... Uma vida não é feita de “QUASES”... ou ama, ou não; se joga ou não... Imagina ser QUASE FELIZ??
Não dá pra quase viver... VIVE! Ou sobrevive...
Não dá mais pra ficar nessa de “quase”, né?!
Quase isso... quase aquilo...
Quase gosta, quase vai... 
Quase fica!
É “quase” pra quase tudo... E “quase tudo” é tanto quanto “quase nada”...
Mas a vida tá aí... E acho que vocês podem contar um com o outro sempre - Sem essa de quase! Contem mesmo!
E quando não tiver mais espaço pro QUASE, quem sabe dê pra ser, de verdade! 100%...
Quem sabe, né?!

Vocês quase souberam...” :)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Ela queria, ela fez... Ela É...

Nesses devaneios noturnos, alimentando o vício da leitura e escrita, muita coisa inspira... pela identificação e pela discordância...
E assim, nascem releituras, novas histórias, novas obras... como essa, baseada num texto famoso, da internet...

“Aos 6 anos, ela queria ser bailarina, com polainas cor de rosa e meia ponta...
Aos 8, médica ou dentista, com jaleco branco...
Aos 10, ela queria ser professora, com livros nas mãos e conhecimento na cabeça...
Aos 13, ela queria ser bonita, mas as espinhas no rosto, o aparelho nos dentes, aqueles óculos... que difícil!
Aos 16, só queria ser aceita... inclusive, por ela mesma...

MAS...
Aos 18 anos ela entrou na faculdade... não era exatamente como diziam, mas ela gostou!
Aos 20 anos ela estuda pela última vez... o trabalho, agora, tomava muito tempo também...
Aos 22, ela “encontra o amor da vida”... assim eles falavam... Nunca quis ser princesa; também, por isso, nunca esperou por um príncipe...
Aos 24, ela pega seu diploma...  e pensa nos próximos passos daquela vida “planejada e escrita, até seu último dia”...
Aos 26, ela diz: “Eu aceito!”
Aos 28, se questiona sobre a perfeição daquela história escrita e se pergunta o porquê de tantos: “você tem que isso”, “você não pode aquilo”, “de tal jeito não acho bom pra você” e tantas outras obrigações e imposições, pela satisfação das expectativas alheias...
Aos 29, ela disse seu primeiro NÃO...
Aos 30, ela entende que ontem ensinou... hoje é uma benção a ser vivida intensamente (por isso, se chama presente)... e o amanhã, se acontecer, só pertencerá a ela...

A 90 dias de completar 31 anos, ela está escrevendo mais uma página desse livro de auto conhecimento..."


Alessandra Zamai, em 15/08/2016 (Dia do solteiro... Solteira e Feliz!)

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Que assim seja...

Que os sons sejam de música...
Que as marcas na pele sejam tatuagens...
Que os cabelos sejam bagunçados num amasso, nos abraços e pegadas...
Que a dor seja na barriga, de tanto rir... ou nos pés, de tanto dançar...
Que a fome seja de conhecimento e a sede, de amor...
Que a embriaguez seja de beijos...
Que as lágrimas sejam de alegria...
E que a falta seja de pudores, vergonhas, limites e empecilhos...
Que o medo seja de magoar, machucar, ferir...
Que o cansaço seja de tanto andar por aí, sem rumo...
Que os gritos sejam de comemoração...
Que as quedas sejam muros e cercas...
Que os calos nas mãos sejam de escrever cartas ou de pintar quadros... ou de fazer pull-ups...
Que a batalha seja de rimas e a guerra seja de travesseiros...
Que as balas sejam de açúcar e que só haja pedintes de perdão...
E se for para as mãos baterem, que sejam palmas...
Que se for pra roubar, que seja o coração de alguém!

E que assim seja!!!!

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Palavras...

 Palavras me encantam...
 Palavras ditas, palavras escritas, palavras cantadas...
 Palavras de amor e carinho, ditas espontaneamente...
 Palavras de protesto e ordem, gritadas nas ruas, pelas multidões...
 Palavras quentes, sussurradas ao pé do ouvido...
 Palavras duras, ásperas, que saem no calor da emoção...
 Palavras rimadas, virando poesia, enchendo os olhos, os ouvidos e a essência...
 Meias palavras (meias???), que bastam aos bons entendedores...
 Palavras erradas, de quem está começando a vida, aprendendo a falar, escrever...
 Palavras metaforizadas, que disfarçam seus verdadeiros significados, para serem sentidas de mil formas diferentes por quem as lê, cada qual a sua forma...
 Palavras sinceras, que podem doer na hora, mas trazem alívio depois...
 Palavras são só palavras... Disse Cássia...
  “Palavras, apenas / Palavras pequenas / Palavras, momentos / Palavras ao vento”
 Palavras... Não importa o idioma, a hora ou o motivo... Palavras existem para serem ditas...
 Palavras não ditas ficam presas na garganta e sufocam...
 O dito pelo não dito... é simplesmente não dito... não expressado, negado e reprimido...
 Letra por letra, gota por gota... o não dito cria raiz, cresce, se fortalece e domina... afoga e mata...
 Palavras são para serem ditas... escritas, cantadas... as vezes, vomitadas... mas não engolidas...
 Palavras... são apenas palavras...

Alessandra Zamai, em 09/08/201

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Chegou Agosto...


Mais um mês de agosto chegou...
Muita gente não gosta do mês de agosto.
Desde criança, ouvi muitas coisas ruins desse mês: “Chegou agosto, mês do desgosto”, mês do cachorro louco, fim das férias, faz frio, 31 dias e nenhum feriado... Affff! Que mês, né?!
Colocaram o Carnaval em Fevereiro, fizeram música para Março, todo mundo quer casar em maio e ganhar presente em Dezembro; fazem promessas em janeiro – e até abril, já quebraram todas... Mas e o coitado do Agosto??
            Tenho notado algumas coisas interessantes sobre os meses de agosto...
            Eu me casei num mês de agosto... Também me separei num fatídico mês de agosto, tempos depois... Sorte? Azar? Coincidência?? Não importa... agostos passados...
            Mudei de emprego algumas vezes... a maioria delas, em meses de agosto...
        Fortaleci relações importantes, que levarei para sempre... e também desfiz relações e encerrei histórias (aquelas, que ficarão no passado, escritas a caneta) em diversos agostos...
           Agosto é o oitavo mês do ano... Número 8, símbolo do equilíbrio cósmico. Sagrado para alguns, justiça para outros - confesso que gosto mais do 7, pois não sou grande fã de números pares; me parecem certinhos demais, simétricos demais - coisa de quem tem TOC.
Mas ele está aí... O mês 8... Mais próximos do fim, que do começo... Fim do ano, né? Porque o 8 é o número que, deitado, é o símbolo do infinito; não há começo, não há fim... não há limites... transcende o entendimento humano ao ligar material e espiritual - Huummm... Deve ser por isso que não gostam muito dele...
E se não há começo nem fim, como ser melhor para a mudança de ciclos? Fechar o que já não tem sentido e abrir-se para o novo... novo tempo, nova jornada, novos aprendizados...
            Bem vindo, Agosto... a seu gosto, a meu gosto... com bom gosto!

Alessandra Zamai, em 02/08/2016 - iniciando um novo Agosto a seu gosto!