Sabes? Tu vicia...
Vicia, sim! Viciei em
ti...
Mas não és aquele vício
pejorativo, que degrada, derruba, degenera... Vício de pó, de remédio...
Tu és aquele vício que me
acende, me energiza, me ergue... as vezes, até regenera...
Mais que o hábito de
ter, viciei em precisar de você...
Viciei em ver-te, em
sentir-te... Viciei em tocar-te...
Viciei em teu cheiro,
em teu gosto...
Viciei em teu sorriso
fácil, na tua gargalhada alta, no teu olhar focado e cheio de atenção... viciei
no teu jeito de andar e de falar...
Viciei na tua timidez
envergonhada e na tua falta de vergonha despudorada...
Viciei até naquela
calça de moletom larga, que arrasta no chão... e nesses teus pés frios, quase
sempre descalços...
Viciei nos teus
cuidados, na tua conversa franca, na tua infinitude... e até no teu silêncio,
que diz mais que tuas palavras, coesas, diretas, as vezes, ásperas – viciei nelas
também...
Viciei em mandar... e
em obedecer-te...
Viciei na tua ironia inteligente,
nos teus devaneios espontâneos, nos teus sonhos impossíveis, na tua dualidade...
Tu vicia do começo ao
fim...
Vício que, pra mim, é
uma virtude...
É... Tu vicia mesmo...
30/08/2016