Ela chega em casa, coloca a bolsa na cadeira, faz um café, naquela mesma
xícara transparente, em formato de coração...
Acende só o abajur, ao fundo da sala... Senta no sofá, sem ligar
a TV nem o som. Nem os sapatos ainda ela tirou...
Silêncio...
Os poucos ruídos vêm de fora, da rua, mas parecem distantes, quase
indecifráveis, já que as janelas estão bem fechadas: faz frio e já passa das
nove da noite!
Ela respira fundo, num suspiro longo, encosta a cabeça e, com os
olhos fechados, sente o calor da xícara nas mãos, o cheiro do café e... Sorri.
Sorri de verdade, sorri leve... Sorri!
E sorri porque ela decidiu que isso é LIBERDADE, e não SOLIDÃO.
Decisão, escolha, opção... Porque a solidão pode ser uma
imposição, mas a LIBERDADE, essa é uma conquista!
Estar só é tão diferente de SER só (sabe de nada, esse verbo To Be)...
E ela ama a profundidade da liberdade porque é lá, nos lugares
mais profundos, que só alguns chegam... e de lá, também, raramente, saem.
Nas profundezas da liberdade é onde ocorrem os encontros de almas,
onde as almas batem asas... Livres!
E almas livres nunca serão almas solitárias...
Alessandra Zamai, em 08/06/2016... Livre...
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